Bruno Castilho
27/07
Imagine a seguinte situação hipotética:
Você, professor, pede para os seus alunos fazerem uma pesquisa e produzirem um artigo. Tema livre. Data de entrega em 3 semanas. Valendo 2 pontos extras.
As instruções gerais sobre a estrutura do trabalho e formato de apresentação você envia por e-mail, podendo ser individual ou em grupo.
E pronto, você jogou para sua turma mais uma atividade. Ela vale pontos!
O exemplo acima foi com alunos. Existe uma certa relação de autoridade entre o professor e os alunos, mas vale para qualquer relação.
Nas relações humanas que envolvem pedidos e atendimentos, fazer um exercício de pensar pela perspectiva do outro sempre é útil e valioso.
Então, imagine que estamos na cabeça de um aluno que recebeu as instruções do trabalho. Vamos lá:
1. É importante fazer esse trabalho?
2. O que pode acontecer se eu não fizer?
3. O que eu posso ganhar fazendo esse trabalho?
4. Como eu encaixo isso em tudo que eu já preciso fazer?
Apenas exercer sua função de autoridade em qualquer relação é ineficiente, pouco motivador e possivelmente você não vai ter o resultado que poderia ter.
Como assim? É muito simples. Se você não for interessado em conhecer bem a outra parte, como você vai saber o que é importante pra ela?
E tem que ser importante pra ela? Sim! Caso contrário, contrate robôs ou trabalhe sozinho. Faz sentido?
Se do outro lado tem um humano, é respeitoso e inteligente você saber o que se passa com ele, para saber como você complementa os interesses e sonhos que ele em.
Isso vale para alunos, empregados, parceiros, sócios, prestadores de serviços, amigos etc.
Antes mesmo de se colocar no lugar do outro, exercendo a empatia, tenha noção da união, intersecção ou exclusão dos sonhos das pessoas com os seus.
Não é complicado. Só requer interesse.
Você pode facilmente fazer as pessoas participarem dos seus sonhos quando você apresenta como tais pessoas serão transformadas com os resultados.
Logo, é fundamental conhecer o que se passa com as outras pessoas e por que elas deveriam dar prioridades para os seus pedidos.
E nesse caso, exercer autoridade é pouco.
Se for por autoridade, na primeira oportunidade, suas parcerias, amigos, sócios e até alunos, vão preferir fazer outra coisa do que te atender.
É simples e requer interesse.
Vamos voltar para o exemplo do pedido do artigo.
Imagine agora que você, professor, conhece a realidade de cada aluno. Sabe da sua posição social, interesses, necessidades e sonhos.
E ao pedir o trabalho do artigo, você conecta esse bloco de "interesses, necessidades e até sonhos" com a oportunidade da pesquisa.
Quais conexões você é capaz de fazer quando conhece a outra parte?
Como demonstrar na perspectiva dela que a tarefa pode direcioná-la para os interesses dela?
Quais são os ganhos tangíveis e intangíveis que podem ser alcançados com a tarefa?
Essa simples tarefa faz parte de um projeto maior e tende a desenvolver uma habilidade nova ou competência importante para o aluno?
Como essa pessoa (aluno) pode ser transformada com a tarefa, com base no envolvimento dela?
Visão estratégica, criatividade e interesse no outro. Combinação necessária para qualquer relação de sucesso.
Pense nisso e não seja só mais um na vida das pessoas. Não seja medíocre nas suas relações do cotidiano e verás uma nova janela de oportunidades se abrir.
Dessa forma, você vai sentir como a presença dos demais na sua vida terá um impacto diferente, e vice-versa.
Um abraço.